
Você já sentiu, de repente, tontura, falta de ar e palpitação, acompanhados de visão turva e uma dor de cabeça intensa? Se a resposta for sim, atenção! É importante procurar um médico cardiologista.
Todos esses sintomas são característicos da hipertensão – também conhecida como pressão alta.
Um em cada quatro brasileiros já recebeu o diagnóstico de hipertensão. Essa proporção é ainda maior entre as mulheres: 27,3% têm pressão alta, enquanto 21,2% dos homens apresentam a doença. Os dados são do Vigitel – principal pesquisa sobre saúde da população realizada em território nacional.
Quem é hipertenso ou tem alguém com esse problema na família sabe quão silenciosa é a doença, sendo um desafio perceber os sinais logo no começo. Quando a hipertensão se instala, raramente dá sinais. E, quando isso acontece, normalmente é porque já deixou de ser um mal-estar temporário para se tornar uma doença crônica.
Outro desafio é a recorrência da hipertensão. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o problema afeta em torno de 1,13 bilhões de pessoas. Por isso, em 26 de abril o Brasil realiza o Dia Nacional da Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. O objetivo é chamar a atenção para a doença.
Neste artigo, você aprenderá a identificar os principais sinais da pressão alta e entenderá a importância de controlar o problema.
O que é a pressão alta?
Um dos mecanismos fundamentais da vida humana é o sistema circulatório. Por meio dele, o sangue é constantemente bombeado por todo o corpo com a força realizada pelo coração e pelos músculos localizados nas paredes das artérias.
A hipertensão arterial ocorre quando a pressão que o sangue faz na parede das artérias é muito forte, ficando acima dos limites normais.
Quando o coração se contrai, temos uma pressão máxima (sistólica), e quando ele se dilata temos uma pressão mínima (diastólica). Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia de São Paulo, para a maioria das pessoas, a pressão é considerada alta quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9).
Quais são os fatores de risco para pressão alta?
Na maioria dos casos, não se sabe exatamente como a pressão arterial se desequilibra. Mas alguns fatores de risco para a hipertensão podem fazer com que a doença se desenvolva.
Fatores de risco não controláveis
Idade: homens com mais de 55 anos e mulheres com mais de 65 anos têm mais chance de desenvolver pressão alta;
Genética: se você tem algum parente próximo que sofre com pressão alta, suas chances de desenvolver a doença são maiores.
Fatores de risco controláveis
Excesso de peso: o sobrepeso dificulta a circulação do sangue, o que pode aumentar a pressão nos vasos;
Excesso de sal: o sódio retém água no organismo, o que pode sobrecarregar os vasos sanguíneos;
Sedentarismo: não praticar exercícios físicos aumenta as chances de desenvolver a hipertensão;
Tabagismo: substâncias tóxicas presentes no cigarro contraem os vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão arterial;
Consumo de álcool: além de ser muito calórico, o álcool aumenta a pressão arterial no organismo;
Estresse: passar por muitas situações de estresse no dia a dia pode ser um fator de risco para a pressão alta.
Ter um ou mais dos fatores de risco para a hipertensão não significa que você tem a doença. Meça a pressão arterial a cada três anos se você tem entre 19 e 64 anos, e anualmente para idade igual ou superior a 65 anos.
Saiba mais:
Hipertensão é grave?
A hipertensão é uma condição que pode ser perigosa se não for controlada. Ela é a principal causa dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) – quando um vaso sanguíneo localizado no cérebro se rompe deixando sequelas neurológicas ou levando o paciente a óbito. Outras consequências graves da hipertensão podem ser infarto do miocárdio, aneurisma arterial, insuficiência renal e cegueira.
Como tratar a hipertensão arterial?
A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda o monitoramento frequente da pressão em casa ou em estabelecimentos de saúde, como farmácias e postos de saúde. Nos padrões aceitáveis de normalidade da pressão arterial, ela não deve ultrapassar a medida de 12 (máxima) por 8 (mínima).
Caso o resultado extrapole esses parâmetros ou caso você tenha os sintomas relatados no começo do texto, é importante buscar pela avaliação e orientações de um cardiologista.
Além disso, as pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial precisam se atentar às recomendações médicas. Por ser uma doença muito frequente, é comum que algumas pessoas não deem a ela a importância devida.
Normalmente o médico prescreverá o uso de medicamentos para controle da pressão e recomendará a adoção de novos hábitos.
Essa combinação de medidas é o segredo do controle da pressão arterial, pois, segundo a OMS, no longo prazo os medicamentos não são capazes de resolver sozinhos o problema. Confira a seguir o que fazer para manter a pressão sob controle.
Mudanças no estilo de vida
Manter uma alimentação equilibrada, com baixa ingestão de sódio e controle da ingestão de açúcar. Segundo o Conselho Federal de Nutrição, duas dicas importantes são preferir alimentos frescos em vez de alimentos industrializados e aumentar o consumo de potássio (presente em frutas como melão, mamão e laranja).
Prática regular de exercícios físicos. Diversos estudos científicos já demonstraram que esse hábito provoca uma adaptação no organismo em longo prazo.
Cortar completamente os hábitos de fumar (pois o tabagismo prejudica a saúde das artérias) e ingerir bebidas alcoólicas.
Controlar o peso e a gordura corporal, pois, segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, para cada 5% de perda do peso corporal, há até 30% de diminuição da pressão arterial.
Atenção ao uso de medicamentos
Como a hipertensão é uma doença crônica, o controle deverá ser feito a longo prazo, e é possível que o uso de medicamentos se torne uma medida permanente.
Por isso, é importante encarar com responsabilidade essa mudança, criando uma rotina que evite falhas na tomada dos remédios. Também é importante alertar o médico sobre eventuais efeitos colaterais ou impactos sobre a qualidade de vida, para que sua adaptação à medicação seja a melhor possível.
Muitas pessoas que têm hipertensão apresentam também outras doenças crônicas, como colesterol alto e diabetes.
À medida que a idade avança, essas questões de saúde se tornam ainda mais frequentes e cumulativas. Dessa forma, é comum encontrar nos consultórios pacientes que tomam diversos medicamentos em um só dia. Uma pesquisa brasileira mostrou que, entre as pessoas com mais de 65 anos, 18% tomam mais de cinco medicamentos.
Se esse é o seu caso, lembre-se de alertar seu médico. Assim, ele pode evitar a interação medicamentosa, fazer adaptações no tratamento e, em alguns casos, até associar mais de um medicamento em uma só cápsula para facilitar o uso e evitar esquecimentos ou confusões.
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